Ali, entre as farsantes casas argentinas. Entre as pessoas que muito fazem e pouco vivem. Ali entre o bem e o mal, o ex-cunhado e o mais novo amor, vive Álvaro.
Álvaro tem os olhos fundos, pesarosos olhos. Olhos cobertos por uma redoma de vidro, que não lhe permitem enxergar muito além do que lhe dizem. Os olhos que vêem mais do que querem ver.
Olhos rodeados pela inocência do rosto sem máculas. Adornados pela doçura do sorriso de oito anos. Esses olhos carregam uma sabedoria sem preços.
Álvaro vê e não entende, mas se faz entender apenas aos que prestam mesmo atenção.
Aqueles cujas visões, conseguem ultrapassar a redoma do olhar seu. E que percebem ao olhar mais de perto a alma cansada que só almeja uma coisa. A paz.
A paz que outrora conheceu, e que dormindo uma noite dessas, gritou pra se fazer escutar.
Ali bem nos olhos de Álvaro estão presentes as dores, as dúvidas, os medos e os saberes que lhe foram confiados. Esses olhos, falam pela boca que ainda não aprendeu, como se fazer ouvir.