Era domingo de manhã, você e eu estávamos num lago, um lago desses que a gente vê nos filmes. O lugar era lindo, mas nada se comparava à você. Nem às longas horas que eu fiquei do seu lado, segurando sua mãos e às coisas que você me falava.
Fizemos planos, traçamos rumos, nos entrelaçamos, e ficamos mais apaixonados.
Eu olhava pra você e via cada detalhe. Os detalhes que já conhecia, mas que agora estavam tão perto, que também eram meus. Olhei seus olhos e vi aquela sinceridade e inocência que prendiam. Quis as covinhas do seu queixo a das bochechas. Desenhei cada traço seu com a mesma perfeição que quis Deus criar.
Nos perdemos nas horas em que ficamos jogados à nossa vontade. Querendo tudo, e não fazendo nada.
Nos abraçamos com tanta força que nos fundimos mais uma vez, e nos tornamos à ser um. Não falamos nada e nos entendemos tão bem, que parecíamos uma só mente ligada e entrelaçada.
Ficamos à mercê da nossa tarde, e nos rendemos de vez, porque éramos só instrumentos. Instrumentos de um sentimento tão forte e abrasador, que não podíamos definir o que era real.
Parecia insano imaginar que tudo poderia acabar. Pois não havia necessidade de comida ou bebida, porque tudo estava completo.
Mas fui atingido por uma dor insuportável. Dor essa, que não podia ser descrita. E a dor tomou o lugar onde eu estava, e tudo se esvaiu com tamanha rapidez.
Então, tudo se fez num quarto simples e eu estava enrolado em cobertores. Percebi então o que havia acontecido. Eu havia sido tragado para o mundo irreal. Um mundo dos sonhos onde não havia você, nem lago, nem nada. Só o quarto, os cobertores e essa dor insuportável. E fui tomado pela amarga realidade. Estava preso nesse mundo irreal. E sem você.
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